O projeto + Que Palavras (+QP) tem como intuito incentivar ao máximo o desenvolvimento da escrita e assim conseguir superar qualquer tipo de desafio. Todo mês será votado um novo tema e devemos então produzir algo como crônicas, contos, dissertações, devaneios, etc.
FEVEREIRO
Tema: INTERNET
Tema: INTERNET
Engraçado que o tempo vai passando e a gente vai se deparando com alguns desvios de conceitos que infelizmente estão sem controle. Eu tenho contato com internet desde meus 10 anos quando meu pai criou para mim um email do site BOL. Depois de um tempo comecei a acessar os bate-papos online e "conhecer" pessoas novas. Pessoas as quais agora eu consigo entender que na maior parte do tempo não são reais. Mas, mesmo assim, eu convivi boa parte da adolescência vivendo esse mundo cibernético. Agora com quase 24 primaveras, eu vejo tanta coisa estranha que nem sei definir. As pessoas disputam seguidores e curtidas, anseiam desesperadamente por uma aceitação de gente que nunca viu na vida, e se viu, não faz diferença nenhuma. De tempos em tempos eu faço uma limpa no meu Facebook, porque não desejo que esteja ali pessoas que não possuo contato. Porém, vejo que essa não é a intenção. O pessoal gosta mesmo é que todo mundo saiba de sua vida particular, quando vai a academia ou qual prato está jantando. Eu costumo divulgar certas particularidades para que meus amigos que não vejo com frequência acompanhem um pouco da minha vida. Contudo, quando você analisa a Timeline só vê gente lamentando que 'ninguém chama no whats' ou que 'ninguém curte minhas fotos'. É uma carência que não sei donde surge, sinto que esse povo necessita de uma aceitação e pronto. Ao invés de cultivar os amigos da infância, ou as reuniões entre família, ou as conversas com os irmãos, grande parte prefere ficar conectada 100% do dia atrás de criar um círculo de convívio cibernético que importa mais que tudo. Aí vejo que atualmente sofremos do que chamo de 'duelo', entre o que é real e o que é cibernético. Os limites já foram alcançados, porém continuam ultrapassando-os correndo o risco de se tornarem alienados. Mais estranho ainda é perceber que muita gente faz certas coisas não porque gostam e sentem prazer, mas sim porque está na moda e com isso buscam atingir o grau de popularidade que fulano possui ou coisa do tipo. Um exemplo prático e diário é a criação de blogs, que agora está em alta. Meninas de diversas idades não procuram estrear uma página pelo fato de gostarem de compartilhar informações e contar histórias. Elas querem o mesmo 'glamour e holofotes' que muitas blogueiras famosas conquistaram com o tempo, e agora servem de inspiração para as novatas. Novatas as quais não sabem o que postar, como postar, e porque postar, só querem ser iguais as outras. O mesmo serve para os Youtubers, que estão virando febre entre os brasileiros. O que antes era um hobby, agora vem se tornando algo meramente proposital para se chegar a fama. Todas as pessoas que fazem sucesso hoje começaram desabafando ou desenvolvendo coisas legais e atrativas, por isso que agora desfrutam dessa tal popularidade. Porém, precisa existir o mínimo de vontade e paixão pelo o que faz, e não simplesmente o interesse de se tornar alguém notável e prestigiado. Eu acredito que o saudável é fazer as coisas por diversão e satisfação, tanto o que se divulga na sua rede social ou o que se cria no meio cibernético. Esse lance de conquistar certas coisas por anseio de algo que os outros possuem é, no mínimo, falta de personalidade. Você não precisa ser outra pessoa para ser querida e amada. Seguindo uma linha de raciocínio bem realista, talvez precisemos assumir quem somos e prestigiarmos aqueles que realmente fazem parte da nossa vida. Então ame e agradeça seus pais, seus amigos, sua família, e não puxe o saco daqueles que mal sabem seu nome. Isso sim é alteração de princípios e quando você reparar já poderá ser tarde demais, afinal, tudo nessa vida tem limite.
Gostou do texto? Venha conferir outros nos blogs de meninas participantes do projeto:
